No soy una persona aventurera. Lo más cerca de una aventura que estuve fue en julio de 2014. Cuando hice un viaje de coche con un amigo hasta una ciudad llamada 'Santa Bárbara do Tugúrio' (a 31km de Barbacena), donde fuimos a casa de otro amigo.
Estaba lloviendo y el camino era peligroso. Hacia un año y pocos meses que mi amigo tenia licencia de conducir. Era la segunda vez que estaba conduciendo en una carretera. La primera con el asfalto mojado, pero llegamos bién a la casa de nuestro amigo.
Después de hablar, comer y beber cerveza, incluso sin la ropa adecuada, decidimos ir a una cascada. El camino a la cascada tenía muchos obstáculos naturales. Troncos de árboles caidos, rocas mojadas y el efecto de la cerveza me hizo caer unas veces. Pero llegamos a la cascada.
Sacamos algunas fotos, hablamos, posimos los pies en el agua (ninguno de nosotros sabe nadar) y de repente nos dimos cuenta de que era tarde. Teniamos que volver antes del anochecer. La carretera es muy peligrosa por la noche, sobre todo con lluvia.
Al regreso a la casa de nuestro amigo, caí al saltar un tronco de árbol que cerrava el camino. No me hizo daños, pero ensució mi ropa. Llegamos a la casa un poco mas de una hora antes del anochecer. Dije adiós a nuestro amigo y volvimos a la carretera con destino a Barbacena.
Ahora llovía un poco más y habia más camiones en la carretera. Esto nos puso mas nerviosos. Ni las canciones en la radio nos calmaban. Nosotros sólo hablamos cuando entramos en nuestra ciudad. Aquí, estábamos seguros.
Saio as pressas da faculdade, quase correndo, olhando os relâmpagos no céu que avisam que virá uma tempestade. As vezes o tempo em Barbacena faz-nos acreditar que virá uma tempestade, mas acaba ficando só na ameaça. Levo mais ou menos uns quatro minutos para chegar ao ponto de ônibus. Entretanto percebo que perdi o de "quinze pra hora" por quatro minutos de atraso. Terei de esperar meia-hora por outro.
Para minha surpresa a lanchonete que empresta sua marquise para abrigo das pessoas que estão no ponto não está cheia como pensei que estaria. Consigo lugar para ficar sentado. Fico olhando para a porta torcendo para a chuva não vir antes de eu chegar em casa. Os minutos custam a passar. Estou com os fones de ouvido do celular na mochila e podendo puxar assunto com alguém como opções para passar o tempo. Começo a pensar em narrar esta situação e prefiro continuar dando corda para que meu cérebro continue a narrativa em vez de escolher as duas opções.
Fico com preguiça de pegar o fichário e passar o que me vem a mente para um papel, mesmo correndo o risco de minha memória me trair mais tarde. Faltando poucos minutos para o ônibus chegar a chuva começa a cair. Finalmente o ônibus encosta e saio correndo para ser o primeiro a entrar e não me molhar muito. Escolho um lugar aleatoriamente e observo rapidamente as pessoas entrarem, mas logo minha atenção se volta para a janela e começo a torcer para que a chuva não aperte.
Mal o ônibus começa a andar e logo no primeiro sinal vermelho a chuva aperta. Começo a fechar as janelas próximas que ainda estão abertas. Uma delas tinha não tinha o "puxador" (é uma péssima palavra para definir o objeto, mas estou com preguiça de abrir um dicionário) e por isso não consegui fechar. A sorte é que o ônibus não encheu e pude trocar para um lugar vazio do outro lado do corredor.
Começo a desejar ter ali meu notebook para começar a dar vida as palavras que me vem a mente. Já não estou confiando tanto em minha "vaga lembrança" (também conhecida como minha memória). Só me resta torcer para que os ponteiros do relógio passem rápido.
Na metade do caminho percebo que já não chove. Parece até que Barbacena é uma metrópole, chove muito num bairro enquanto outros estão secos.
Logo avisto a esquina da minha rua e toco a campainha. Salto do ônibus e corro para a casa torcendo para não perder nenhuma palavra. Entro em casa, cumprimento meus pais e vou para o quarto ligar o computador.
Perco o foco momentaneamente ao abrir a página do Facebook em vez da "Nova Postagem" do Blogger. Finalmente abro "Nova Postagem" e começo a escrever.
Já se passaram 30 minutos e finalmente concluo o texto. Pelo menos onde moro a tempestade prometida foi somente uma pegadinha de São Pedro.
Um
jovem casal sai de carro para um encontro. Os dois têm idade aproximada aos 18
anos. Ele tirou a habilitação recentemente. Esta é somente a terceira vez que
ele pega o carro do pai para ir ao cinema na cidade vizinha com a namorada.
Estavam
a três dias do primeiro Natal como namorados. Após o filme, os dois param em
uma lanchonete para fazer um lanche antes de voltarem para a casa. Durante o
lanche fazem planos para o ano novo e para o próximo período da faculdade. Ele tem uma banda e é
atleta universitário representando a faculdade nas competições de judô. Ela
cursa a faculdade de letras.
*Ele acreditava na eternidade do que sentiam. Ela no que ainda poderiam sentir. Porém nada dura para sempre. A não ser a história de tudo que aconteceu...
Ainda
posso sentir o frio, mas agora a dor lancinante vem de dentro para fora,
consumindo tudo. O espaço onde antes guardava você, a combustão desta dor está
queimando para que não reste nenhum rastro teu. Sinto algo quente escorrer pelo
meu rosto e involuntariamente me lembro que mais cedo suas mãos me tocaram
deixando um calor semelhante. Onde minha querida pode estar? Ela foi para os
céus. Foi levada de mim.
As
gotas desta chuva que Começa a cair não podem lavar da memória o que aconteceu.
Os flashes me atropelam, destruindo tudo o que um dia eu já fui e agora, sem
você, não posso mais. Onde minha querida pode estar? Ela foi para os céus. Foi
tirada de mim. Não fazia muito tempo que eu estava dirigindo, não havíamos ido
muito longe. Olhei para você que sorria de volta para mim. Um carro parado na estrada.
Seus olhos presos aos meus. Desviei para a direita, mas algo deu errado. Não.
Me recuso a ouvir esse som! O grito dos pneus, a explosão de cacos de vidro.
Seus olhos já não estavam mais presos aos meus. Esta não é a nossa música. É
sua voz, um ruído ensandecido impregnado de agonia. Onde minha querida pode
estar? Ela foi para os céus. Foi tirada de mim.
Não me dou conta do que realmente houve. A chuva não cessa e pessoas começam a
preencher o vazio que meus olhos veem com dificuldade. Uma lembrança dela. De
alguma forma consegui encontrá-la. Sua vulnerabilidade me fez desmoronar. Ergui
sua cabeça ainda tão frágil e delicada e seus cabelos sujos de sangue tocaram
minha mão. "Abrace-me, querido, só mais um pouco" , ela disse olhando
para mim. Envolvi-a em meus braços que carregavam além do meu sofrimento, tudo
de melhor que ela despertou em mim. Então toquei sua boca com a minha. Nosso Último
Beijo. Naquele momento, encontrei o amor que sabia que havia perdido. E por
mais que meu abraço tentasse faze-la ficar, eu sentia que
ela já havia ido. Meu amor, minha vida tudo se foi junto com ela naquela noite.
Onde minha querida pode estar? Ela foi para os céus. Foi levada de mim. Agora
preciso ser bom para vê-la novamente quando eu deixar este mundo.*
História
baseada na música Last Kiss de Wayne Cochran, gravada pela primeira vez em 1962
com sua banda The C. C. Riders, sendo mais conhecida na nossa geração através
da versão gravada pela banda americana de Seattle, Pearl Jam, em um single de
1999, posteriormente no lado B do álbum Lost Dogs, em 2002.
Wayne
Cochran escreveu a música inspirado num acidente ocorrido no dia 22 de dezembro
de 1962, em Barnesville, no estado da Georgia, com o jovem casal de 16 anos,
Jeanette Clark e J. L. Hancock que dirigia o carro que se acidentou com um caminhão
que carregava madeira numa estrada rural de Barnesville. O casal saiu para um
encontro acompanhado de três amigos. O casal e um dos amigos morreram
instantaneamente. Um frentista local foi ajudar a prestar socorro no acidente e
não reconheceu a própria filha. O baterista da banda de Wayne Cochran estava em
um encontro com a irmã de Jeanette Clark no momento do acidente.
Wayne
viveu na Rota 1941, na Georgia, que ficava a 15 km do acidente. Lá ele viu
vários acidentes do tipo e por isso estava escrevendo uma música sobre o
assunto. Quando soube do acidente em Barnesville ele se inspirou nos sentimentos de comoção da comunidade local do acidente
para terminar a canção, dedicando-a à Janette Clark.
Wayne
nomeou a canção como "Last Kiss" por este ser o ponto alto e
dramático da música, além de existir uma canção de Floyd Cramer chamada Last
Date.
A versão da banda de
Cochran foi um sucesso local na Gerogia, o que levou a gravadora Texas para
gravá-la com J. Frank Wilson lançando-o nacionalmente.
Versão da banda Pearl Jam
Versão de Wayne Cochran
Versão de J. Frank Wilson
Tradução**
Oh
onde, oh onde, minha querida pode estar?
O
Senhor levou-a de mim.
Ela
foi para os céus, então eu tenho de ser bom,
Assim
posso ver meu amor quando eu deixar este mundo.
Nós
saímos em um encontro no carro do meu pai
Não
tínhamos dirigido para muito longe.
Lá
na estrada, seguindo em frente,
Um
carro estava parado, o motor morreu.
Eu
não podia parar, então desviei para a direita.
Eu
nunca vou esquecer, o som daquela noite:
O
"grito" dos pneus, o vidro estourado,
O
grito de dor que ouvi por último.
Oh
onde, oh onde, minha querida pode estar?
O
Senhor levou-a de mim.
Ela
foi para os céus, então eu tenho de ser bom,
Assim
posso ver meu amor quando eu deixar este mundo.
Quando
acordei a chuva estava caindo
Havia
pessoas paradas por todo lado
Alguma
coisa quente correndo nos meus olhos
Mas
de alguma maneira encontrei meu amor aquela noite
Ergui
sua cabeça, ela olhou para mim e disse
"Abrace-me
querido, só mais um pouco"
Dei-lha
um abraço apertado, beijei-a, nosso último beijo
Encontrei
o amor que sabia que tinha perdido
Bem,
agora ela se foi, mesmo eu tendo a abraçado forte
Perdi
meu amor, minha vida, naquela noite
Oh
onde, oh onde, minha querida pode estar?
O
Senhor levou-a de mim.
Ela
foi para os céus, então eu tenho de ser bom,
Assim posso ver meu
amor quando eu deixar este mundo.
*Trecho escrito por Letícia Coimbra* ** Tradução minha, por isso está diferente da legenda da música
Era uma sexta-feira, por volta de 15 minutos para às 18 horas do dia 25 de julho de 1997. Em uma cidade do interior do Brasil, num bairro de periferia, com quatro ruas paralelas sendo que todas eram de terra, além da existência de poucas casas, seis garotos com idade entre 8 e 13 anos jogavam bola. Porém o mais velho deles já estava ficando entediado com o jogo e começava a tentar pensar em alguma brincadeira mais divertida.
De repente, um dos garotos chuta a bola quase no meio da trilha que liga a primeira rua com a rua onde jogavam bola. O mais velho vai buscá-la e nesse meio tempo finalmente formula a ideia da nova brincadeira.
Quando volta com a bola resolve contar aos amigos:
_Tive uma ideia - disse olhando no relógio de pulso - já são quase seis horas e não demora anoitecer. Nesse horário muitos adultos passam pela trilha e a gente podia aproveitar a escuridão da noite para assustá-los.
_Como vamos fazer isso? - Disse o de 12.
_É só cobrir o Juninho com papelão - disse o de 13 - e folhas de mamona ou de outras árvores, desde que sejam grandes, para camuflar e impedir que quem caminhe pela trilha veja ele.
_E se me baterem? - Perguntou o assustado Juninho, de oito anos.
_Podemos ficar atrás das árvores - respondeu Alex, garoto de cabelo loiro e curto com pouco mais de um metro e meio de altura e 10 anos de idade - e caso tentem te pegar a gente te ajuda a fugir. Dito isto, os garotos procuraram os itens necessários para a travessura. Colocaram todos eles empilhados ao lado da trilha. Quando finalmente escureceu o bastante para que a "camuflagem" desse certo, cobriram Juninho com com papelão, folhas e alguns galhos de árvore. Mudaram de ideia, não se esconderam atrás de árvores. Acharam melhor ficarem sentados na rua conversando e quando percebessem que "a vítima" começasse a prestar atenção naquela pilha de mato e papelão, eles puxariam assunto com ela para distraí-la. Desse momento em diante ocorreu tudo como o planejado. Quando as pessoas chegavam perto da pilha, Juninho levantava, gritava e corria antes que as pessoas se recuperassem do susto, só dava tempo de escutar os xingamentos. Por volta das 19h45, um senhor já cansado de mais um dia duro de serviço em uma fazenda perto daquele bairro, se assustou com o pivete, palavra que usou para xingar o garoto que o assustou. Aconteceu tudo muito rápido. Mal o senhor levou o susto e já empunhou um facão e saiu correndo atrás do garoto gritando "VOOLTA AQUI SEU PIVETEE!". Os garotos mais velhos tiveram de atrair a atenção do enérgico senhor do facão, para que Juninho escapasse em segurança para a casa dele. Esta brincadeira foi motivo de boas gargalhadas nos dias seguintes. Apesar de os garotos na época não terem celulares ou câmeras para gravarem aquela patacoada que poderia fazer sucesso no youtube atualmente, guardam essa zombaria na memória com a certeza de que tiveram uma boa infância.
Começo de uma tempestade de
verão. Os relâmpagos chegaram antes da chuva me lembrando de desligar todos os
aparelhos das tomadas. Como onde moro é normal ficar sem energia elétrica
quando chove, esta precaução se tornou comum nesses momentos. Desta vez a
natureza estava mais agressiva, com clarões tão assustadores quanto suas
trovoadas, o que logo resultou na já esperada falta de luz.
No momento, as únicas fontes
de luz no meu quarto são originadas da tela do notebook ou da tela do celular.
Quando os trovões anunciaram que a tempestade estava chegando, troquei o
computador e a TV por um livro, que mal consegui terminar a segunda página
antes da escuridão que parece ter tomado no mínimo o bairro inteiro.
O livro que peguei pra ler
chama-se “¿Aguila o sol?”* do escritor mexicano Octavio Paz. Meu exemplar não
está traduzido para o português, por isso, apesar de ter começado a ler há uns
três meses, mesmo tendo somente 118 páginas, ainda não cheguei à vigésima. Até
agora tive a impressão de que é um livro bom, porém não consigo “acelerar” o
ritmo da leitura por causa das interrupções para procurar algumas palavras no
dicionário, o que acaba me dando preguiça, atrasando muito uma leitura que
poderia ser feita facilmente em um dia.
Já estamos há uns 30 minutos
sem luz. O que pareceu uma tempestade já se tornou uma chuva “molha-bobo”,
entretanto ainda ouvimos as trovoadas, com espaços de tempo maiores do que as
primeiras e que já não assustam mais nem uma criança mimada de três anos.
Minha impressão é de que a
energia elétrica não será restabelecida tão cedo. Minha vontade de escrever já
começou a se esvair tão rápido quanto à bateria do notebook e o sono começa a
chegar estimulado pela luminosidade da tela. Boa noite! *Terminei o livro no dia 31/01/2014